quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
VENTO....
O vento Norte trás no seu assobio
Gritos de vendavais...
Um arrepio corre-me o corpo.
Há gritos de silencio escondidos
Entre o ser e o não ser...
O sol brilha inocentemente brincando com o vento...
Trás nas mãos risos que me quer oferecer...
Mas o vento, frio, incomodo,
Entra mais forte em mim,
Querendo desvendar meu ser mais oculto...
O mais fundo e misterioso de mim,
Onde eu entro e não me sei...
Onde me perco e me encontro em
temporais ....
Gritos de vendavais...
Um arrepio corre-me o corpo.
Há gritos de silencio escondidos
Entre o ser e o não ser...
O sol brilha inocentemente brincando com o vento...
Trás nas mãos risos que me quer oferecer...
Mas o vento, frio, incomodo,
Entra mais forte em mim,
Querendo desvendar meu ser mais oculto...
O mais fundo e misterioso de mim,
Onde eu entro e não me sei...
Onde me perco e me encontro em
temporais ....
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
PRIMEIRO NATAL
Um ano? Ano e meio? Não teria mais de certeza…
Esta é a minha mais remota lembrança. A primeira sensação de existir, de ser eu.
Era noite de Natal, na grade cozinha da casa da minha infância, eu ao colo do meu pai, via deslumbrada, e um pouco assustada, os presentes a descerem magicamente da chaminé….
Era tanta coisa! Ou era eu que era tão pequena, que tudo aquilo me parecia um mundo…
Mas lembro-me até hoje de uma boneca, tão grande como eu!... e de um biberão minúsculo, com leite e tudo!...
Nessa noite a família estava toda reunida em casa dos meus avós. Éramos uma família grande ,onde estavam os tos, os primos, os meus avós bisavó, e a madrinha Rosa!
A madrinha Rosa, era a matriarca da família, de que todos respeitávamos e gostávamos.
A casa era antiga e grande, a minha família, morava nos dois pisos que a casa tinha.
Nessa noite reuníamo-nos no andar de baixo, ou seja na grande cozinha que era a alma da casa.
Na chaminé com azulejos azuis e brancos e grandes traves de mármore branco, estava o enorme fogão de lenha, todo de ferro negro, com rebordos de metal que eram areados todas as semanas para ficarem brilhantes e bonito.
O fogão estava quase sempre aceso, engolindo todos os dias enormes quantidades de lenha que era armazenada na parte inferior da chaminé.
Mas naquela noite o fogão já estava apagado há algum tempo, para que o Menino pudesse realizar o seu milagre de Natal, pelas mãos magicas do meu tio Maximiano, que do telhado, a que tinha acesso, pudesse mandar os meus brinquedos pela chaminé abaixo, com todo o cuidado de um milagre de Natal.
Hoje tantos anos passados ainda sinto o amor e a magia que me rodeavam nesse dia .
Vejo-me pequena, muito pequena enroscada ao colo do meu pai.
Vejo os rostos sorridentes de todos os que ali estavam, que me amavam, e que eu amei.
Oiço ainda as exclamações de alegria e entusiasmos de cada vez que algum brinquedo descia da chaminé….
Lembro-me do calor aconchegante da família reunida no grande mesa com a toalha branca e a loiça melhor…
Lembro-me como estávamos quentes e confortáveis ali todos juntos…Só o pobre do tio Maximiano, estava gelado, mas feliz, com aquele sorriso grande que ele tinha, em cima do telhado fazendo o meu milagre de Natal!
Esta é a minha mais remota lembrança. A primeira sensação de existir, de ser eu.
Era noite de Natal, na grade cozinha da casa da minha infância, eu ao colo do meu pai, via deslumbrada, e um pouco assustada, os presentes a descerem magicamente da chaminé….
Era tanta coisa! Ou era eu que era tão pequena, que tudo aquilo me parecia um mundo…
Mas lembro-me até hoje de uma boneca, tão grande como eu!... e de um biberão minúsculo, com leite e tudo!...
Nessa noite a família estava toda reunida em casa dos meus avós. Éramos uma família grande ,onde estavam os tos, os primos, os meus avós bisavó, e a madrinha Rosa!
A madrinha Rosa, era a matriarca da família, de que todos respeitávamos e gostávamos.
A casa era antiga e grande, a minha família, morava nos dois pisos que a casa tinha.
Nessa noite reuníamo-nos no andar de baixo, ou seja na grande cozinha que era a alma da casa.
Na chaminé com azulejos azuis e brancos e grandes traves de mármore branco, estava o enorme fogão de lenha, todo de ferro negro, com rebordos de metal que eram areados todas as semanas para ficarem brilhantes e bonito.
O fogão estava quase sempre aceso, engolindo todos os dias enormes quantidades de lenha que era armazenada na parte inferior da chaminé.
Mas naquela noite o fogão já estava apagado há algum tempo, para que o Menino pudesse realizar o seu milagre de Natal, pelas mãos magicas do meu tio Maximiano, que do telhado, a que tinha acesso, pudesse mandar os meus brinquedos pela chaminé abaixo, com todo o cuidado de um milagre de Natal.
Hoje tantos anos passados ainda sinto o amor e a magia que me rodeavam nesse dia .
Vejo-me pequena, muito pequena enroscada ao colo do meu pai.
Vejo os rostos sorridentes de todos os que ali estavam, que me amavam, e que eu amei.
Oiço ainda as exclamações de alegria e entusiasmos de cada vez que algum brinquedo descia da chaminé….
Lembro-me do calor aconchegante da família reunida no grande mesa com a toalha branca e a loiça melhor…
Lembro-me como estávamos quentes e confortáveis ali todos juntos…Só o pobre do tio Maximiano, estava gelado, mas feliz, com aquele sorriso grande que ele tinha, em cima do telhado fazendo o meu milagre de Natal!
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
SONHANDO
Apetece-me ficar aqui, ler um livro,
Olhar o nada...
Há um vazio sonoro nesta casa
De paredes brancas, onde as sombras
Dançam ao anoitecer...
Um pássaro canta lá fora...
Pego no livro, as palavras passam-me
Nos olhos sem sentido...
Os pensamentos voam, correm, caminham
Por tantos lugares... amontoam-se, enleiam-se...
Acordo deste torpor, o livro está aqui
Aberto na minha mão..
Mas o sonho voa alto, já não o consigo apanhar...
A tarde morre, guardo o livro,
E deixo-me sonhar....
Olhar o nada...
Há um vazio sonoro nesta casa
De paredes brancas, onde as sombras
Dançam ao anoitecer...
Um pássaro canta lá fora...
Pego no livro, as palavras passam-me
Nos olhos sem sentido...
Os pensamentos voam, correm, caminham
Por tantos lugares... amontoam-se, enleiam-se...
Acordo deste torpor, o livro está aqui
Aberto na minha mão..
Mas o sonho voa alto, já não o consigo apanhar...
A tarde morre, guardo o livro,
E deixo-me sonhar....
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
AMAR A VIDA
Como chove... São as primeiras chuvas...
A terra sêca bebe com ânsia e prazer.
A noite desce mais cedo,
As estrelas ficam do lado de lá...
A lua espreita por uma nesga
Entre as nuvens negras e pesadas.
A terra lava-se, e perfuma-se
Com todos os aromas.
Sacode os cabelos molhados, salpicando
Tudo á sua volta...
Aquele renque de árvores além
Balança docemente ao som da brisa,
Cantando melodias entre as folhas
Verdes e brilhantes...
Um gato vadio corre, a sua pressa
Não chega para ficar seco...
Abriga-se ali naquele portal,
Sacode-se e “lava-se” para secar
O pelo negro e liso cor da noite...
A terra alegra-se, e abre-se para ser
Fecundada por esta chuva abençoada.
A terra sêca bebe com ânsia e prazer.
A noite desce mais cedo,
As estrelas ficam do lado de lá...
A lua espreita por uma nesga
Entre as nuvens negras e pesadas.
A terra lava-se, e perfuma-se
Com todos os aromas.
Sacode os cabelos molhados, salpicando
Tudo á sua volta...
Aquele renque de árvores além
Balança docemente ao som da brisa,
Cantando melodias entre as folhas
Verdes e brilhantes...
Um gato vadio corre, a sua pressa
Não chega para ficar seco...
Abriga-se ali naquele portal,
Sacode-se e “lava-se” para secar
O pelo negro e liso cor da noite...
A terra alegra-se, e abre-se para ser
Fecundada por esta chuva abençoada.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
ANOITECER
Anoitece. Uma névoa fina vem do mar...
Sombras de caravelas passam por entre
Os fumos do tempo... são sonhos...
O cheiro a maresia liberta-se
Como um perfume ao anoitecer...
Um arrepio de frio cinzento
Toca-me o corpo.
Gaivotas perdidas gritam para espantar
As brumas, ou os medos...
O céu escurece aos poucos, a névoa fica mais fria...
As estrelas vão surgindo timidamente,
Curiosas por ver o mar. E enfeitar a noite...
É hora de nostalgia, o tempo pára, é magia...
E todas as perguntas se fazem á alma,
E todas as respostas são guardadas no coração...
Sombras de caravelas passam por entre
Os fumos do tempo... são sonhos...
O cheiro a maresia liberta-se
Como um perfume ao anoitecer...
Um arrepio de frio cinzento
Toca-me o corpo.
Gaivotas perdidas gritam para espantar
As brumas, ou os medos...
O céu escurece aos poucos, a névoa fica mais fria...
As estrelas vão surgindo timidamente,
Curiosas por ver o mar. E enfeitar a noite...
É hora de nostalgia, o tempo pára, é magia...
E todas as perguntas se fazem á alma,
E todas as respostas são guardadas no coração...
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
MENINO SOL
Eis que finalmente vem a manhã.
A noite correu entre sonhos e pensares...
O sol com a cabeça molhada da chuva
Vem a correr, um pouco triste,
Amuado com as nuvens cinzentas
Que lhe tapam o caminho onde ele gosta de brincar...
Há poças de água no chão onde
O sol molha os pés.
Chapinha, brinca, como criança...
A brisa corre a arrastar as nuvens negras,
Cheias de fitas de chuva, para longe...
E o sol deita-se na terra
Refresca o seu corpo doirado,
Abençoa a natureza com o seu sorriso,
E já tarde farto de brincar, cansado,
Chama a noite para se deitar nos seus braços,
E dormir um sono descansado....
A noite correu entre sonhos e pensares...
O sol com a cabeça molhada da chuva
Vem a correr, um pouco triste,
Amuado com as nuvens cinzentas
Que lhe tapam o caminho onde ele gosta de brincar...
Há poças de água no chão onde
O sol molha os pés.
Chapinha, brinca, como criança...
A brisa corre a arrastar as nuvens negras,
Cheias de fitas de chuva, para longe...
E o sol deita-se na terra
Refresca o seu corpo doirado,
Abençoa a natureza com o seu sorriso,
E já tarde farto de brincar, cansado,
Chama a noite para se deitar nos seus braços,
E dormir um sono descansado....
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