sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MULHER

MULHER

MULHER

Se um dia eu soltar a alma no espaço.
Livre do corpo, livre do cansaço,
Correndo na imensidão do céu
Onde as estrelas se afogam,
Serei o dia, a luz, o renascer da maré.
Trarei em meu corpo vazio,
A forma perfeita de viver….
Serei oceano bravio,
Estrela cadente tocando a terra ao anoitecer….
Serei grito de gaivota em liberdade completa
De um sonho a acontecer…
Serei universo, ilha perdida no meio da vida…
Serei magia, verdade… mentira…
Ou talvez simplesmente,
Aquilo que sou…. Mulher!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

OUTONO

OUTONO

OUTONO

Era um fim de tarde fria,
Onde o vento cantava pelas esquinas.
As folhas caiam das arvores…
Meti as mãos nos bolsos e assobiei baixinho,
Para esquecer ou assustar o frio…
O cheiro das castanhas acabadas de assar,
Invadiam os sentidos, acariciavam o paladar…
Gotas grossas e pesadas de chuva, começaram a cair…
Apressei o passo, enrolei-me em ti,
Posei a cabeça no teu ombro e sorri…
Descemos a rua agora mais devagar…
Tínhamo-nos!..
Já não havia pressa de fugir,
Ao tempo, á chuva, a tudo o que pudesse vir…
Juntos havia sempre sol…
O cheiro das castanhas guiava os nossos passos.
Compramos uma mão cheia…
(Quentes e boas!....)
Apregoava a rapariga, enrolada em roupa,
Sacudindo o assador…
Nós com as mãos agora quentes,
Com o perfume das castanhas a aguçar o paladar,
Caminhamos longamente sobre a cama
De folhas doiradas e vermelhas que amorteciam nossos passos…
Era Novembro, o Outono caminhava,
E eu com a cabeça no teu ombro sonhava

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

QUEM ME DERA....

QUEM ME DERA.....

QUEM ME DERA…


Quem me dera a noite…
Quem me dera o escuro silencio,
Mordendo as paredes brancas,
Para nela me esconder…
Esconder do caos, da perfídia, do sol a resplandecer…
Quem me dera a noite
Com seu grito de água gelada para me absorver…
Quem me dera o silencio opaco e frio,
O som de passos errantes tão perdidos como eu…
Quem me dera ser estrela,
Guia da noite, caminhante do espaço…
Esconder-me em breu, não ser eu ser o acaso…
Quem me dera a noite,
Para me enrolar no seu manto.
Fechar os olhos, não ser ninguém….
Apenas um elemento vagueando no espaço…