Há vento na praia, a espuma do mar
Salpica-me os cabelos e o rosto,
Deixando-me um gosto a maresia na boca.
As gaivotas agitam-se, soltam gritos
Estridentes de ansiedade.
Barcos ao longe regressam; é o entardecer...
as mulheres andam na praia inquietas
Como gaivotas que esperam tempestade.
O mar forte, invencível,
Alheio a tudo o que não seja ele próprio,
Espreguiça-se longamente na areia,
Para logo se retirar e voltar
Num bailado com o vento,
Encrespando-se, soltando espuma,
Amando-se, como dois amantes num ritual antigo,
Lutando e unindo-se, entre a raiva e o prazer.
Amor estranho, forte, inquietante, mas eterno...
E eu fico aqui vendo o anoitecer,
Sentindo o que o mar
Tem para me dizer.
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