quinta-feira, 19 de novembro de 2009
A ALDEIA...
Perdida no tempo, a aldeia dorme entre pedras pisadas e arvores solitárias e tristes.
O tempo esqueceu este lugar, adormeceu ali.
Já não se ouvem risos, nem pés correndo apressados pelos velhos caminhos que correm pela aldeia, apenas uma tristeza saudosa e velha, guarda as portas das casas vazias, onde a lareira está fria, e já não conta historias.
Mas ali, no coração velho e cansado da aldeia, ergue-se a pequena igreja branca, onde Deus vem descansar sempre que precisa de paz…
O altar de talha de ouro ainda a brilhar entre os estragos do tempo, é gloriosamente humilde… Os anjos de cara redonda e corada continuam a sorrir na sua inocência de uma fé nunca perdida.
Na cruz bem no centro do altar um Cristo morre todos os dias…
No portal Santos de pedra talhada por mãos rudes guardam a entrada, com ar severo e triste…
Até os sinos perderam o seu alegre chamar… Já só tocam a dobrar…
A terra dorme, morre devagar…
O tempo esqueceu este lugar, adormeceu ali.
Já não se ouvem risos, nem pés correndo apressados pelos velhos caminhos que correm pela aldeia, apenas uma tristeza saudosa e velha, guarda as portas das casas vazias, onde a lareira está fria, e já não conta historias.
Mas ali, no coração velho e cansado da aldeia, ergue-se a pequena igreja branca, onde Deus vem descansar sempre que precisa de paz…
O altar de talha de ouro ainda a brilhar entre os estragos do tempo, é gloriosamente humilde… Os anjos de cara redonda e corada continuam a sorrir na sua inocência de uma fé nunca perdida.
Na cruz bem no centro do altar um Cristo morre todos os dias…
No portal Santos de pedra talhada por mãos rudes guardam a entrada, com ar severo e triste…
Até os sinos perderam o seu alegre chamar… Já só tocam a dobrar…
A terra dorme, morre devagar…
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
SONHAR
Chuvas pesadas caem lá fora.
Caem como espadas, cortinas do nada...
Doem na alma presa no acontecer do tempo.
Chove. Chove como se mais nada
O tempo tivesse para fazer...
Laminas de cristal tremeluzentes e obliquas ,
Caem tocadas pelo vento que vem de sul...
Quero pensar. Quero ver lá fora, mas a chuva...
Sonho aqui. Aqui onde sempre prendo os meus sonhos
Para depois os soltar numa manhã de sol.
Sonho com céus pintados de azul,
E mares revoltos de esperança,
Com o sol a rir as gargalhadas descaradas
No seu impudor...
Sonho, e de tal maneira me deixo levar,
Que já não chove, apenas o sol ainda não se apercebeu,
Porque talvez como eu esteja a sonhar....
Caem como espadas, cortinas do nada...
Doem na alma presa no acontecer do tempo.
Chove. Chove como se mais nada
O tempo tivesse para fazer...
Laminas de cristal tremeluzentes e obliquas ,
Caem tocadas pelo vento que vem de sul...
Quero pensar. Quero ver lá fora, mas a chuva...
Sonho aqui. Aqui onde sempre prendo os meus sonhos
Para depois os soltar numa manhã de sol.
Sonho com céus pintados de azul,
E mares revoltos de esperança,
Com o sol a rir as gargalhadas descaradas
No seu impudor...
Sonho, e de tal maneira me deixo levar,
Que já não chove, apenas o sol ainda não se apercebeu,
Porque talvez como eu esteja a sonhar....
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
GAIVOTA
Gaivota que voas sobre o mar,
Ensina-me a voar...
Leva-me dentro de ti, carrega-me pelo mundo...
Mostras-me outros mares, outras marés.
Faz de mim um marinheiro.
Faz-me sentir o cheiro a maresia...
Ensina-me a cortar o espaço,
A olhar com os teus olhos o céu...
A mergulhar nas ondas...
A planar no infinito...
A caminhar na areia..
Acorrer o céu sobre as traineiras.
A fugir à tempestade.
A gritar a liberdade...
Ensina-me a voar...
Leva-me dentro de ti, carrega-me pelo mundo...
Mostras-me outros mares, outras marés.
Faz de mim um marinheiro.
Faz-me sentir o cheiro a maresia...
Ensina-me a cortar o espaço,
A olhar com os teus olhos o céu...
A mergulhar nas ondas...
A planar no infinito...
A caminhar na areia..
Acorrer o céu sobre as traineiras.
A fugir à tempestade.
A gritar a liberdade...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
NOITE!
Tantos sons abertos na noite...
Sílabas soltas saltando o muro do sono...
Falas roucas apertadas de desejo...
Rumores de vento correndo,
Arrastando pensamentos...
Músicas sem notas, palavras caladas...
Mãos agarrando o nada...
Frio que gela na alma...
Versos presos em beirais de agonia...
Risos abertos coalhados de ironia....
Fio fino e frágil tocando a vida...
Poemas loucos perdidos pelos caminhos...
Bruxas correndo em desalinho....
Noites de festa, de dor, de fantazia...
Noite sem nada, espera do dia.....
Sílabas soltas saltando o muro do sono...
Falas roucas apertadas de desejo...
Rumores de vento correndo,
Arrastando pensamentos...
Músicas sem notas, palavras caladas...
Mãos agarrando o nada...
Frio que gela na alma...
Versos presos em beirais de agonia...
Risos abertos coalhados de ironia....
Fio fino e frágil tocando a vida...
Poemas loucos perdidos pelos caminhos...
Bruxas correndo em desalinho....
Noites de festa, de dor, de fantazia...
Noite sem nada, espera do dia.....
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
POMBOS
Um bando de pombos abriu o ar
Soltando-se em desatino no seu bater de asas fortes.
Sobressalto-me sempre quando oiço
O seu levantar de voo marcando o tempo com uma
Certeza, uma verdade concreta, e simples...
Fico sempre aqui a olhá-los,
A vê-los nas voltas infinitas, desenhado
Formas mágicas que fecham a verdade da vida efémera,
Que é o seu tempo de estar.
Espero sempre a sua chegada,
Até que alguma coisa os volte a assustar de novo,
E eles me acordem com o barulho das suas asas,
Fazendo-me saltar o muro,
Que separa a vida do sonhar....
Soltando-se em desatino no seu bater de asas fortes.
Sobressalto-me sempre quando oiço
O seu levantar de voo marcando o tempo com uma
Certeza, uma verdade concreta, e simples...
Fico sempre aqui a olhá-los,
A vê-los nas voltas infinitas, desenhado
Formas mágicas que fecham a verdade da vida efémera,
Que é o seu tempo de estar.
Espero sempre a sua chegada,
Até que alguma coisa os volte a assustar de novo,
E eles me acordem com o barulho das suas asas,
Fazendo-me saltar o muro,
Que separa a vida do sonhar....
terça-feira, 3 de novembro de 2009
AMANDO....
Quando me toco, sinto-te…
Chaga aberta num corpo em cinzas.
Asas cortando em desespero…
Caminhos perdidos, imperceptivelmente,
Na fronteira do tudo e do nada…
Sangro dentro de mim,
Embriago-me em gestos, em actos,
Com que me quero salvar…
Toco-me e sinto-te como areia fina,
Cobrindo-me o corpo, desnudando-me, ferindo-me…
Em gritos de aves negras,
Em fúrias de tempestades…
Em rituais de ternura…
Reconheço-te quando me toco,
Nos espasmos de dor causada em mim…
Chaga aberta num corpo em cinzas.
Asas cortando em desespero…
Caminhos perdidos, imperceptivelmente,
Na fronteira do tudo e do nada…
Sangro dentro de mim,
Embriago-me em gestos, em actos,
Com que me quero salvar…
Toco-me e sinto-te como areia fina,
Cobrindo-me o corpo, desnudando-me, ferindo-me…
Em gritos de aves negras,
Em fúrias de tempestades…
Em rituais de ternura…
Reconheço-te quando me toco,
Nos espasmos de dor causada em mim…
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
MOMENTOS
Escrever do centro do poema.
Captar a onda de emoção...
Sentir a batida rítmica do coração...
Soltar as palavras ao vento, tira-las de dentro...
Criar miragens do futuro , linguagem liberta....
Criar oiro, soltar magma...
Falar com Deus, de uma forma enigmática...
Sintética... abstracta... inconcreta...
Ser aragem fria na madrugada,
Cometa de cauda facetada...
Pensamento livre, correndo em ruas de vitória.,
Com o sol quente do meio dia...
Raros fragmentos de glória,
Irrisórios momentos de alegria...
Captar a onda de emoção...
Sentir a batida rítmica do coração...
Soltar as palavras ao vento, tira-las de dentro...
Criar miragens do futuro , linguagem liberta....
Criar oiro, soltar magma...
Falar com Deus, de uma forma enigmática...
Sintética... abstracta... inconcreta...
Ser aragem fria na madrugada,
Cometa de cauda facetada...
Pensamento livre, correndo em ruas de vitória.,
Com o sol quente do meio dia...
Raros fragmentos de glória,
Irrisórios momentos de alegria...
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