Quando me toco, sinto-te…
Chaga aberta num corpo em cinzas.
Asas cortando em desespero…
Caminhos perdidos, imperceptivelmente,
Na fronteira do tudo e do nada…
Sangro dentro de mim,
Embriago-me em gestos, em actos,
Com que me quero salvar…
Toco-me e sinto-te como areia fina,
Cobrindo-me o corpo, desnudando-me, ferindo-me…
Em gritos de aves negras,
Em fúrias de tempestades…
Em rituais de ternura…
Reconheço-te quando me toco,
Nos espasmos de dor causada em mim…
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